ABRIMOS NOS DOMINGOS 15 e 22 DEZ.

Aberto de 2ª a Sábado
das 10h às 14h e das 15h30 às 19h30
abrimos à noite para as sessões agendadas

AGENDA

28/06/11

LEYA no PÁTIO DE LETRAS

LEYA EM VISEU, SANTARÉM E FARO

A LeYa estabeleceu este mês parceria com três livrarias emblemáticas das cidades de Viseu, Santarém e Faro, reforçando assim a sua rede de livrarias parceiras em todo o país bem como a sua vertente de apoio à dinamização do comércio tradicional nas principais cidades do país e a proximidade com as comunidades docentes. Passam assim a fazer parte da rede de livrarias parceiras da LeYa a livraria LeYa na Pretexto, em Viseu, a livraria LeYa na Caminho, em Santarém, e a livraria LeYa no Páteo de Letras, em Faro.

Por meio da sua ligação a estes espaços, todos eles remodelados, a LeYa disponibilizará ali os seus livros de edições gerais bem como as suas edições escolares e paraescolares. Especialmente para estas últimas e para os seus destinatários – professores e alunos – as três livrarias passarão a dispor de “Sala do Professor”, espaço que virá reforçar a proximidade com as comunidades docentes das respetivas regiões.

Para assinalar as parcerias agora firmadas estão já agendadas, em cada uma das livrarias, sessões de inauguração nas quais irão marcar presença os clientes e amigos, as diversas entidades locais, bem como vários autores convidados.

Sobre as novas livrarias parceiras

O PÁTIO DE LETRAS, EM FARO, apresenta-se como «uma livraria diferente a pensar em todos» e tem como lema “A História como lembrança, a Cultura como companhia”. O espaço existe desde 12 de Julho de 2008 e para além de ser uma livraria de grande qualidade, reconhecida pelos habitantes da cidade, assumiu-se também como “centro cultural” abrangendo a literatura, a história, as artes e as ciências sociais…. Muito dinâmica, a Pátio de Letras organizou já centenas de sessões de apresentações de livros e palestras, projectos de divulgação de autores algarvios ou radicados, audições comentadas de música clássica, debates e tertúlias, concertos, performances e divulgação de cinema.

Rua Dr. Cândido Guerreiro, 26-30. Horário: das 10h às 20h (seg. a qui.); das 10h às 24h (sex. e sáb.); das 11h às 14h e das 15h às 20h (dom.).

Para assinalar as parcerias agora firmadas, estão já agendadas, em cada uma das livrarias, recepções aos clientes e às entidades locais nas quais marcarão presença vários autores publicados pelas editoras da LeYa.

Na livraria LeYa no Pátio de Letras, em Faro, a festa de celebração da parceria realiza-se a 12 de Julho, às 18h30, coincidindo com o 3º aniversário da livraria. A tarde de festa contará uma conversa informal com Lídia Jorge, escritora que apadrinhará a livraria, jazz ao vivo com Zé Eduardo - contrabaixo solo "The American Song Book" e prova de vinhos da Quinta dos Vales (Estômbar).

Mis informação aqui (Região Sul, Diário on line)

18/06/11

Destaque de novidades editoriais no Pátio de Letras

















A PANTERA
Ana Teresa Pereira

Excerto: “Entre mim e o pesadelo. Ou o que quer que venha ao meu encontro. Era uma viagem estranha, quase tão estranha como os seus pensamentos. Estava a atravessar o rio, estava a atravessar o lago, para um lugar que não conhecia, para um lugar que ninguém conhecia, mas as pessoas diziam que ficava sempre a noroeste.”

Relógio d'Água
PVP 14 €

A VIAGEM
Virgínia Woolf

A Viagem é o primeiro romance publicado por Virginia Woolf em 1915, e foi escrito num período de extrema fragilidade da autora que atravessou várias depressões e uma tentativa de suicídio. A protagonista do livro parte para a América do Sul, numa viagem de autodescoberta e Woolf aproveita para satirizar os costumes eduardianos.

Editorial Presença
PVP 22,50€

O HOMEM DE PLASTICINA
Manuel Manzano

Uma nova aventura começa quando Nicodemo, de serviço no Zoo de Barcelona, é alvejado por um chimpanzé com uma arma abandonada no fosso dos macacos. As actividades suspeitas despertam a atenção do detective Boris Fuensanta e a partir desse ponto as confusões e as gargalhadas não largam o leitor.

Ulisseia
PVP 17,95€

APENAS MIÚDOS
Patti Smith

Vencedor do National Book Award, o 1º livro de Patti Smith em prosa é um livro de memórias que começa no Verão em que Coltrane morreu, o do amor livre e dos motins, e em que conheceu o lendário fotógrafo americano Robert Mapplethorpe. Em Just Kids encontramos poesia, rock’n’roll, sexo e arte.

Livros Quetzal
PVP 18,50€

DE OLHOS ABERTOS
Marguerite Yourcenar

Neste livro, Marguerite Yourcenar fala com Matthieu Galey acerca da sua infância flamenga, da relação com o seu desconcertante pai e dos seus últimos anos na ilha dos Montes Desertos, na costa nordeste dos EUA. É o seu itinerário completo, feito num tom de confidência e acompanhado pelo balanço de uma vida.

Relógio d'Água
PVP 17€

O HUMOR E A LÓGICA DOS OBJECTOS DE DUCHAMP
Ana Godinho, José Gil

Quando Duchamp começou a pintar nenhum dos seus quadros manifestava o mínimo traço de humor. Mas, de repente, ele surge no meio das suas experimentações cubistas. Este “tratamento” implicou a destruição da linguagem, das emoções e intensidades habituais.

Relógio D` Água
PVP 17€

O SENHOR CAVALO-MARINHO
Eric Carle

Na maior parte das famílias de peixes, depois da mãe pôr os ovos e do pai os fertilizar, ninguém fica de guarda. Mas há excepções, como o cavalo-marinho e outros quantos. Nesses casos, não só um dos progenitores fica a tomar conta dos ovos, com grande esmero, como – surpresa das surpresas – esse progenitor é o pai.

Kalandraka
PVP 15€

O ESTRANHO CASO DO TIRAMISÚ
Geronimo Stilton

“Naquela noite tinha um encontro muito especial… Mas, em vez disso, o meu amigo Abelhudo envolveu-me num dos seus casos. O célebre quadro O Triunfo do Tiramisú fora roubado da Pinacoteca de Ratázia e, com ele, desaparecera a melhor restauradora da Ilha dos Ratos… Desmascarar os culpados foi uma verdadeira aventura!”

Editorial Presença
PVP 8,50€

PORTUGAL À CORONHADA
de Diego Palácio Cerezales

A ideia de que a população portuguesa sempre viveu pacatamente, aceitando sem contestar as contrariedades políticas e económicas (incluindo quatro décadas de ditadura) é absolutamente falsa, como demonstra este livro. Como se verá, não eram brandas nem as populações nem as forças de repressão.

Tinta da China
PVP 14,90€

MOSSAD
Eric Frattini

Eric Frattini debruça-se sobre o braço armado da Mossad - o Kidon. Composto por cerca de 50 pessoas, o Kidon tem sido o responsável pelo assassinato dos líderes mais importantes do Ezbollah. São essas operações que se encontram relatadas no livro, numa versão que, actualizada, chega até 2008.

Bertrand Editora
PVP 18,90€

A GUERRA DOS IMPÉRIOS
François Lenglet

Um estudo abrangente e claro acerca do equilíbrio entre as duas maiores superpotências actuais – EUA e China – e o reflexo dessa relação na política, economia e sociedade mundial. Um livro de extrema actualidade, espelhando um dos momentos mais fortes da História do início do século XXI.

Bertrand
PVP 14,90€

A 'PEREGRINAÇÃO' E A PEREGRINAÇÃO DE FERNÃO MENDES PINTO
António Rosa Mendes

Quando passam 500 anos sobre o nascimento, em cerca de 1511, de Fernão Mendes Pinto, este ensaio, da autoria do Professor da UALg, interpreta a sua obra e a sua vida, à luz da história das ideias.

Gente Singular Editora
PVP 10€

16/06/11

Álbuns a 5€ e 8€ - Tesouros da Arte e Aromas do Mundo
















Chegaram ao Pátio de Letras livros com temas e preços bem apetecíveis!
Venha descobrir as colecções Vida e Sociedade, os Tesouros do Artesanato Português, os Grandes mestres da Arte Europeia, ou as delícias irresistíveis da Culinária Internacional, uma colecção coordenada por Maria de Lurdes Modesto, em edições cartonadas da Verbo, com preços entre os 5 e 8 Euros.

COLECÇÃO VIDA E SOCIEDADE
“Nos Primórdios da Democracia – Atenas Clássica”
“Entre o Esplendor e a Intriga – Império Bizantino”
“Entre Druidas e Reis Supremos – Irlanda”
“Durante a Idade da Razão – França”
“No Final do Império – Austro-Húngaro”

TESOUROS DA LITERATURA POP. PORTUGUESA
Livro em capa dura e encadernação luxuosa, imprescindível para quem se interessa pelo património cultural português.

COLECÇÃO TESOUROS DO ARTESANATO PORTUGUÊS
“Textêis”
“Madeiras”
“Olaria e Cerâmica”
“Papel, Scrimshaw, Pedra e Metais”

COLECÇÃO GRANDES MESTRES DA ARTE EUROPEIA
“Rembrandt”
“Van Gogh”

PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE EM PORTUGAL
“Vol. II – Sítios” Desde 1983 até aos nossos dias nove monumentos e sítios em Portugal, abrangendo mais de 200 séculos de História da humanidade, foram considerados de valor universal excepcional, e por isso dignos de figurar neste restrito catálogo.

COLECÇÃO DE CULINÁRIA INTERNACIONAL
Receitas do México, Índia, Indonésia, Grécia, Espanha, Itália, Caraíbas, Vegetariana, entre outras cozinhas, numa edição coordenada por Maria de Lurdes Modesto, que dispensa apresentações.

15/06/11

6ª f 17, às 18h30: AP. de “Felizmente Houve a LUAR: Para a História da Luta Armada Contra a Ditadura”, de José Hipólito Santos

(clicar na imagem para aumentar/ler)








Clarinda Veiga Pires fará a apresentação do autor e participará na apresentação.

O autor, ex-dirigente da Liga de União e de Acção Revolucionária (LUAR), conta na primeira pessoa uma parte da história desta organização que participou na luta revolucionária contra o fascismo em Portugal.

Para além de recorrer às memórias do seu próprio envolvimento, entre 1967 e 1970, o autor confrontou-as com os testemunhos de outros activistas da LUAR, obtidos através de conversas, entrevistas, e documentos encontrados nos arquivos da PIDE/DGS, existentes na Torre do Tombo, e nalguns arquivos pessoais.

Segundo a historiadora Irene Flunser Pimentel, que assina o prefácio:

“Muito do que José Hipólito Santos descobriu coloca profundas questões políticas, morais e pessoais, contribuindo para explicar por que razão durou a ditadura portuguesa tantos anos. A infiltração policial nas organizações políticas clandestinas não só as minou por dentro como espalhou a desconfiança e a duplicidade entre os oposicionistas ao regime.

A LUAR acabou por ser a organização armada que perdurou mais. O trabalho feito pela LUAR, como por todas as outras organizações, fruto de enormes sacrifícios dos seus militantes, acabou finalmente por vencer a polícia!”

Sáb. 18/6, às 18h30: AP de "Julia Felix, Frescos de Pompeia", da escritora farense LÍVIA BORGES

(clicar na imagem para aumentar/ler)

O Professor Doutor Manuel Célio Conceição, pró-reitor da Universidade do Algarve, assegura a apresentação da obra, e a Herdade da Malhadinha Nova oferece a todos os presentes uma prova de vinhos seleccionados.

A autora e a obra
Lívia Borges estreia-se na ficção com este romance histórico, que sai sob a chancela da Presença, uma das casas de edição com mais prestígio no nosso país, na colecção Grandes Narrativas.

Com uma sólida fundamentação histórica, um enredo bem construído e ritmado, e uma prosa cativante, “Julia Felix, Frescos de Pompeia” é um romance passado no século I da era cristã, que se desenrola ao longo de cerca de 60 anos, sensivelmente entre os governos de Cláudio e de Trajano.

A autora entretece com mestria os grandes acontecimentos históricos que então tiveram lugar com a história de vida da protagonista, Julia Felix, uma mulher singular, que apaixona desde logo o leitor pela sua beleza, inteligência e tenacidade.

14/06/11

Novidades editoriais no Pátio de Letras





INFINITOSJohn Banville

Do autor de O Mar, galardoado com o Man Booker Prize, este livro transbordante de humor e malícia, conta a história dos Godley, reunidos na casa de familía num lânguido dia de Verão. Mas não estão sozinhos: os deuses gregos, espíritos maliciosos, observam em silêncio e não conseguem resistir a intervir na vida dos mortais, espiando, provocando e seduzindo.

Ed. Asa, PVP 17€

TIAGO VEIGA, UMA BIOGRAFIA
Mário Cláudio

A vida de um poeta quase desconhecido, autor de uma obra fragmentária mas original, escrita por um grande ficcionista.
Bisneto de Camilo Castelo Branco, Tiago Veiga (1900-1988), europeu por vocação, e interlocutor de Fernando Pessoa, Jean Cocteau, W. B. Yeats, José Régio, ou Luís Miguel Nava, ficará certamente como invulgar testemunha do século em que viveu.

Ed. D. Quixote, PVP 24,95€

OS CACHORROS / OS CHEFES
Mario Vargas Llosa

Os Chefes (1959) foi a primeira obra publicada de Vargas Llosa, e com ela obteve o Prémio Leopoldo Alas. Quando escreveu Os Cachorros (1967) o escritor já era mestre de todas as faculdades narrativas.A partir dos protagonistas dos dois textos, Llosa reflecte sobre a tirania e a violência que marcam uma sociedade e frustram as expectativas dos seus habitantes.

Ed. D. Quixote, PVP 14,40€

ESCONDERIJO
Pedro Stretch

Esconderijo é o mais recente livro infanto-juvenil do pedo-psiquiatra Pedro Strecht, e é um conto, onde diversas situações que fazem parte do quotidiano infantil são tratadas com humor e de forma pedagógica, num livro integralmente ilustrado por crianças.
Este livro é recomendado para meninos e meninas a partir dos 8 anos de idade.

Ed. Assírio e Alvim, PVP 10€

TEMPOS COMPLICADOS, SOLUÇÕES SIMPLES
Bárbara Barroso

Nas páginas deste livro, Bárbara Barroso, especialista em finanças pessoais, explica-lhe como fazer uma avaliação da sua saúde financeira, reduzir o endividamento e o desperdício no orçamento familiar - e, por fim, a multiplicar as suas poupanças. Tudo de um modo extremamente simples, directo ao assunto.

Ed. Oficina do Livro, PVP 14,90€

ARTE PORTUGUESA DO SÉCULO XX
Vários autores

O Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado comemora em 2011 o seu 1º centenário. Este livro inclui a colecção de 1910 a 1960, e constitui uma oportunidade de reflexão sobre a relevância do acervo, tanto na dimensão histórica e patrimonial, como na divulgação de práticas artísticas contemporâneas.

Ed. Leya, PVP 55€

POESIA, SAUDADE DA PROSA
Manuel António Pina

Antologia pessoal da poesia de Manuel António Pina, vencedor do Prémio Camões 2011.
Um pequeno livro, de 80 páginas apenas, mas que encerra uma selecção pelo próprio autor dos poemas de sua autoria que considera mais marcantes, permitindo um olhar bastante profundo sobre o seu universo poético.

Ed. Assírio e Alvim, PVP 12€

ODE À LIBERDADE
Fernando Cabrita

O poeta algarvio foi vencedor do Prémio Internacional Palavra Ibérica 2010 com este Ode à Liberdade, editado em edição bilingue, com versão em português e castelhano.
O prémio resulta de uma colaboração entre a C.M. de Vila Real de Santo António e o Sulscrito – Círculo Literário do Algarve, em parceria com a Câmara de Punta Umbría (Espanha).

Ed. Gente Singular, PVP 7,50€

11/06/11

Roberto Bolaño, sombras, desertos & enigmas dos detetives selvagens


«He sido cordialmente invitado a formar parte del realismo visceral. Por supuesto, he aceptado. No hubo ceremonia de iniciación. Mejor así.»
Roberto Bolaño, Los detectives salvajes (1998)
Os grandes marcos da criação literária assentam invariavelmente em motivos triviais traçados na mais perfeita simplicidade argumentativa. A cólera de Aquiles, a loucura do don Quijote, a magia do doutor Fausto, o idealismo do rei Artur, a lascívia do don Juan a inspirarem gerações de leitores ávidos de estímulos estéticos feitos de palavras ditas, desditas e reditas. Gilgamech persegue a imortalidade, Édipo conhece-se a si mesmo, Ulisses regressa a casa e vinga-se dos pretendentes de Penélope, Lazarilho tenta saciar a fome e singrar na vida, Romeu e Julieta perpetuam o amor que o destino lhes ajustou através da morte. Os exemplos podiam multiplicar-se até esgotarem os leitmotiv mais imitados pelas belas-letras universais. Umberto Eco exuma o segundo livro da Poética de Aristóteles numa biblioteca conventual com nome de rosa e entrega-o às chamas purificadoras dum incêndio providencial. José Saramago refaz a história do cerco de Lisboa com a mera troca de um sim por um não e problematiza o papel desempenhado pelos cruzados na conquista da cidade. Roberto Bolaño preenche as 600 páginas d' Os detectives selvagens (1998) com o rasto de uma poetisa mexicana que publicou um único poema visual em toda a sua existência, feito com uma palavra, duas sílabas e três desenhos. Genial, apetece dizer.

Frequento o novelista chileno há relativamente pouco tempo. O boom editorial do 2666 foi o culpado. Por vezes, o ruído causado pelos best-sellers globais acaba por ser proveitoso. Não resistimos ao apelo publicitário e embarcamos na aventura peregrina da descoberta da obra-prima anunciada. Depois, damo-nos conta que a qualidade também pode conviver com a quantidade e passamos à exploração sistemática dos restantes títulos dos autores bafejados pelo sucesso, para que o prazer experimentado uma vez se volte a repetir ad æternum. Lidos os livros, a sensação que nos invade é a de que quem lê um lê todos. Curiosamente, fica-se com a vontade de ter um outro mais ali à mão, para recomeçar tudo de novo, à cata de um final decisivo para todas as histórias inacabadas que povoam cada um dos romances já publicados ou em vias de o serem. Pura ilusão. O segredo da escrita do arquiteto do infrarrealismo reside sobretudo no caráter lacunar dos relatos, na incapacidade de lhes dar um desfecho tranquilizador, porque cada um deles está ancorado na realidade quotidiana que nos envolve, modelo matricial de todos os heróis/anti-heróis imaginados pela ficção, até que a morte nos liberte e dê a possibilidade de vislumbrar a perfeição.

Juan García Madero ingressa no universo imagético do realismo visceral e regista nas páginas de um diário pessoal as impressões dessa experiência peculiar. Tem 17 anos e a vida toda pela frente. Fá-lo enquanto mexicano perdido na imensidade da capital do México, entre 2 de novembro e 31 de dezembro de 1975, e nos desertos de Sonora, entre 1 de janeiro e 15 de fevereiro de 1976. A balizar as efemérides documentadas nos dois períodos de espaço-tempo referidos, o leitor depara-se com 26 blocos de fragmentos narrativos, repartidos por 96 testemunhos individuais dispersos, proferidos nos quatro cantos do mundo, entre 1976 e 1996, por 53 personagens diferentes, a pedido de um número indeterminado de pesquisadores ou detetives selvagens. Nesses vinte anos de diligências ininterruptas, encontramos Arturo Belano e Ulisses Lima a rastrearem as pisadas da mítica Cesárea Tinajera e a serem também eles investigados, alternadamente, não se sabe muito bem por quem, por quê ou para quê. Sombras, desertos e enigmas selecionados a adensarem o conjunto de mistérios insondáveis, labirínticos, sinuosos que os microrrelatos coligidos nunca chegam a esclarecer cabalmente e que os leitores avisados deixaram de questionar ou se habituaram a ver como episódios soltos, isolados, singulares, expostos ao sabor da pena ou dos caprichos da fortuna.

Em síntese, trata-se de um extenso metadiscurso sobre a literatura latino-americana atual, uma sátira cerrada à república das letras e à sua relação utópica com a política, um olhar crítico à demanda assídua das portas do paraíso, aquelas que se abrem ao reconhecimento público almejado por todos os artistas e dão acesso aos passeios de uma fama desejada e raras vezes alcançada. Bolaño aproveita a boleia e mergulha a fundo na fábula. Põe a máscara de uma ou outra personagem e converte-se no detetive selvagem por excelência dos seus próprios percursos pelos domínios da escrita: aventureiro, andarilho, exilado, boémio, libertino, novelista e poeta. Ingredientes essenciais para dar sabor a uma vida breve e auspiciar sucesso a uma obra celebrada, paradigma de eternidade a muito poucos concedida, apanágio de seres privilegiados habituados a jogar às cartas com os deuses e a ganharem.

09/06/11

Lançamento "Entre as Cidades e a Serra - Mobilidades, Capital Social e Associativismo no Interior Algarvio"

2ª-feira, 13 Junho, às 18h00















"Ente as Cidades e a Serra: Mobilidades, Capital Social e Associativismo no Interior Algarvio" tem a chancela da editora Mundos Sociais, é organizada por Renato Miguel do Carmo (ISCTE) e será apresentada pelo Reitor da Universidade do Algarve (UAlg), João Guerreiro, e por Alberto Melo, docente da UAlg e co-fundador da Associação In-Loco.
Seguie-se-á um debate sobre os temas analisados no livro, com moderação de José São José, docente do Departamento de Sociologia da UAlg.

07/06/11

EXIT EXPRESS Nº 59 no Pátio

Já pode encontrar no Pátio de Letras o mais recente número da revista de arte EXIT Express.




Neste número pode encontrar a reportagem e muitas imagens sobre a 54ª Bienal de Veneza, assim como muitos outros artigos de crítica e reflexão acerca das exposições mais significativas do meio internacioonal da arte. Destacamos também o artigo ZONA CERO - Eduardo Souto de Mora. El sentido de la materia, de FREDY MASSAD Y ALICIA GUERRERO YESTE.


A revista, da qual pode encontrar vários números no Pátio de Letras, tem sempre notícias, artigos, perfis de artistas e muitas imagens da actualidade da arte contemporânea internacional.

Pode ser consultado o índice completo deste e de outros números AQUI.